Dermatite atópica – Causas, Sintomas, Diagnóstico e Tratamento

16 de maio 2024

Dermatite ou Eczema atópico

A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é caracterizada por erupções cutâneas vermelhas, prurido intenso e pele seca e descamativa. Essa condição pode variar de leve a grave e pode afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em bebês e crianças. No entanto, os adultos também podem desenvolver dermatite atópica, muitas vezes experimentando períodos de remissão e recorrência ao longo da vida.

Causas da Dermatite Atópica

A dermatite atópica é uma condição multifatorial, influenciada por uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Estudos sugerem que uma predisposição genética desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença, com cerca de 70% dos pacientes com dermatite atópica tendo um histórico familiar de alergias, asma ou dermatite atópica. Mutação em genes específicos relacionados à função da barreira cutânea e à resposta imunológica também foi associada à dermatite atópica.

Além dos fatores genéticos, anormalidades na função da barreira cutânea desempenham um papel crucial no desenvolvimento da dermatite atópica. A barreira cutânea comprometida permite que alérgenos, irritantes e micro-organismos penetrem na pele com mais facilidade, desencadeando uma resposta inflamatória exacerbada.

Fatores ambientais também podem desempenhar um papel no desenvolvimento e na exacerbação da dermatite atópica. Exposição a alérgenos comuns, como ácaros, pólen, mofo, pelos de animais e certos alimentos, pode desencadear ou piorar os sintomas da doença em algumas pessoas. Além disso, irritantes como produtos químicos, tecidos ásperos, sabonetes perfumados e mudanças climáticas também podem desencadear crises de dermatite atópica em indivíduos suscetíveis.

Sintomas da Dermatite Atópica

Os sintomas da dermatite atópica variam de pessoa para pessoa e podem incluir:

• Prurido intenso, que pode ser especialmente grave durante a noite
• Erupções cutâneas vermelhas, que podem ser pequenas e elevadas (pápulas), líquidas (vesículas) ou com crostas
• Pele seca, áspera e descamativa
• Áreas de pele espessada, especialmente em crianças mais velhas e adultos
• Sensação de queimação ou dor na pele
• Infecções cutâneas secundárias devido às escoriações da pele

Esses sintomas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns em áreas como o rosto, pescoço, dobras dos braços e pernas, mãos e pés.

Diagnóstico da Dermatite Atópica

O diagnóstico da dermatite atópica geralmente é feito com base na avaliação clínica dos sintomas característicos da doença. Não há um teste específico para diagnosticar a dermatite atópica, mas o médico pode realizar exames físicos e, em alguns casos, exames complementares para descartar outras condições de pele que possam estar causando os sintomas.

O médico também pode avaliar o histórico médico do paciente, incluindo antecedentes pessoais e familiares de alergias, asma ou dermatite atópica, bem como quaisquer fatores desencadeantes que possam estar contribuindo para os sintomas.

Tratamento da Dermatite Atópica

O tratamento da dermatite atópica visa aliviar os sintomas, reduzir a inflamação e prevenir recorrências. É importante ressaltar que não há uma abordagem única para o tratamento da dermatite atópica, e o plano de tratamento pode variar de acordo com a gravidade da doença, a idade do paciente, a localização das lesões e outros fatores individuais.

As opções de tratamento podem incluir:

1. Cuidados com a Pele: Hidratar a pele regularmente com emolientes e cremes hidratantes específicos para ajudar a restaurar a barreira cutânea e reduzir a secura e a descamação da pele. Evitar sabonetes perfumados ou irritantes e tomar banhos mornos em vez de quentes também pode ajudar a minimizar a irritação da pele.
2. Corticosteroides Tópicos: Os corticosteroides tópicos são frequentemente prescritos para reduzir a inflamação e a coceira associadas à dermatite atópica. Eles estão disponíveis em várias formas e potências, e o médico pode prescrever o tipo mais adequado com base na gravidade da doença e na idade do paciente.
3. Imunomoduladores Tópicos: Em casos de dermatite atópica moderada a grave que não respondem adequadamente aos corticosteroides tópicos ou quando o tratamento prolongado com corticosteroides é indesejável, os imunomoduladores tópicos, como o tacrolimo e o pimecrolimo, podem ser uma opção alternativa.
4. Antihistamínicos: Antihistamínicos orais podem ser prescritos para ajudar a aliviar a coceira e melhorar o sono, especialmente durante crises agudas de dermatite atópica.
5. Fototerapia: A fototerapia, que envolve a exposição da pele à luz ultravioleta, pode ser recomendada em casos de dermatite atópica grave ou recalcitrante que não respondem ao tratamento convencional. No entanto, a fototerapia deve ser realizada sob a supervisão de um dermatologista experiente devido aos riscos potenciais associados à exposição à radiação ultravioleta.
6. Tratamento Sistêmico: Em casos graves e refratários de dermatite atópica, o médico pode prescrever medicamentos imunossupressores sistêmicos, como corticosteroides orais, ciclosporina ou agentes biológicos, para ajudar a controlar a inflamação e melhorar os sintomas.

Prevenção da Dermatite Atópica

Embora a dermatite atópica não possa ser totalmente prevenida, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento da doença ou a minimizar a gravidade dos sintomas:

• Evitar ou limitar a exposição a alérgenos conhecidos, como ácaros, pólen, mofo, pelos de animais e alimentos alergênicos.
• Usar roupas de algodão macio e respirável e evitar tecidos ásperos e irritantes.
• Manter a pele hidratada com emolientes e cremes hidratantes específicos.
• Evitar banhos muito quentes e prolongados e usar sabonetes suaves e sem fragrância.
• Controlar o estresse e adotar estratégias de enfrentamento saudáveis para reduzir o risco de desencadear crises de dermatite atópica.

Conclusão

A dermatite atópica é uma condição crônica da pele que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, com um diagnóstico precoce e um manejo adequado, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. qualidade aos pacientes com dermatite atópica, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo o impacto da doença.

Bibliografia: Guia prático de atualização em dermatite atópica – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria

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Uma publicação compartilhada por Lara Novaes Teixeira – Pediatra, Alergista e Imunologista (@laranovaesalergoimuno)