Imunoterapia com Alérgenos ou Vacinas para Alergias

16 de maio 2024

A imunoterapia alérgeno-específica, também conhecida como vacinação alérgeno-específica ou simplesmente imunoterapia, é um tratamento eficaz e comprovado para doenças alérgicas, como rinite alérgica, asma alérgica e alergias a picadas de insetos. Este método terapêutico consiste na administração controlada de doses crescentes de alérgenos aos quais o paciente é sensível, com o objetivo de modificar a resposta imunológica e reduzir a sensibilidade a esses alérgenos ao longo do tempo.

Princípios da Imunoterapia Alérgeno-Específica

A imunoterapia alérgeno-específica baseia-se no princípio da indução de tolerância imunológica. Nas doenças alérgicas, o sistema imunológico reage de forma exagerada a substâncias inofensivas, como pólen, ácaros, pelos de animais ou veneno de insetos. Durante a imunoterapia, pequenas doses dos alérgenos específicos para cada paciente são administradas de forma gradual, inicialmente em concentrações muito baixas e aumentando ao longo do tempo. Esse processo visa reeducar o sistema imunológico para que ele reconheça o alérgeno como inofensivo, reduzindo ou eliminando a resposta alérgica.

Indicações para Imunoterapia com Alérgenos

As principais indicações para imunoterapia com alérgenos incluem:

  1. Rinite Alérgica Persistente: Pacientes com rinite alérgica persistente, caracterizada por sintomas como espirros, coriza, prurido nasal e obstrução nasal, que não respondem satisfatoriamente ao tratamento medicamentoso convencional.
  2. Asma Alérgica: Indivíduos com asma alérgica, cujos sintomas respiratórios, como tosse, falta de ar e sibilância, persistem apesar do uso regular de medicamentos broncodilatadores e corticosteroides inalatórios.
  3. Alergia a Picada de Insetos: Pacientes com alergia grave a picadas de insetos, como abelhas, vespas ou formigas, que experimentam reações sistêmicas graves, como anafilaxia, após a exposição a esses insetos.
  4. Conjuntivite Alérgica: Indivíduos com conjuntivite alérgica recorrente, caracterizada por olhos vermelhos, lacrimejantes, coceira e sensação de corpo estranho nos olhos, que não são controlados adequadamente com colírios antialérgicos.
  5. Dermatite Atópica: Embora menos comum, a imunoterapia com alérgenos pode ser considerada em pacientes com dermatite atópica moderada a grave, especialmente quando associada a sensibilização a alérgenos ambientais específicos.
  6. Polinose Grave: Pacientes com sensibilização a pólen de plantas específicas, como gramíneas, árvores ou ervas daninhas, que apresentam sintomas graves de alergia sazonal, como rinite e conjuntivite, durante períodos de alta exposição ao pólen.

Modalidades de Imunoterapia com Alérgenos

Existem duas modalidades principais de imunoterapia com alérgenos: a imunoterapia subcutânea (SCIT) e a imunoterapia sublingual (SLIT).

  1. Imunoterapia Subcutânea (SCIT): Na SCIT, extratos alergênicos são administrados por injeção subcutânea em intervalos regulares, geralmente uma ou duas vezes por semana durante uma fase de indução, seguida por uma fase de manutenção com injeções mensais. A SCIT é considerada a forma mais eficaz de imunoterapia com alérgenos e é geralmente reservada para pacientes com rinite alérgica grave e sensibilização a múltiplos alérgenos.
  2. Imunoterapia Sublingual (SLIT): Na SLIT, extratos alergênicos são administrados sob a língua na forma de gotas ou comprimidos, geralmente uma vez ao dia. A SLIT é uma opção terapêutica conveniente e segura, especialmente para crianças e pacientes que preferem evitar injeções, e tem demonstrado eficácia comparável à SCIT em alguns estudos clínicos.

Mecanismos de Ação

Os mecanismos pelos quais a imunoterapia alérgeno-específica atua envolvem diversas mudanças imunológicas no organismo. Inicialmente, a exposição aos alérgenos desencadeia a produção de anticorpos IgE específicos pelo sistema imunológico. Esses anticorpos se ligam a células como os mastócitos e basófilos, desencadeando a liberação de mediadores inflamatórios, como a histamina, durante a reexposição ao alérgeno, resultando nos sintomas alérgicos. A imunoterapia promove mudanças imunológicas, incluindo a produção de anticorpos IgG específicos, células T reguladoras e outros fatores moduladores do sistema imunológico. Essas alterações ajudam a desviar a resposta imunológica de um perfil predominantemente Th2, associado às reações alérgicas, para um perfil mais equilibrado Th1/Th2, reduzindo a inflamação alérgica e os sintomas.

Eficácia da Imunoterapia Alérgeno-Específica

Numerosos estudos demonstraram a eficácia da imunoterapia alérgeno-específica na redução da gravidade dos sintomas alérgicos e na melhoria da qualidade de vida em pacientes com rinite alérgica, asma alérgica e alergias a picadas de insetos. A imunoterapia tem sido associada à diminuição tanto da frequência quanto da gravidade dos sintomas alérgicos, à redução da necessidade de medicamentos sintomáticos, como anti-histamínicos e corticosteroides, e à prevenção da progressão das doenças alérgicas. Os efeitos benéficos da imunoterapia muitas vezes persistem mesmo após a interrupção do tratamento, proporcionando alívio duradouro dos sintomas alérgicos.

Considerações de Segurança

Embora a imunoterapia alérgeno-específica seja geralmente segura, há um risco de reações adversas, especialmente durante a fase inicial do tratamento, quando as doses estão sendo aumentadas. Reações locais no local da aplicação, como vermelhidão, inchaço e coceira, são comuns e geralmente leves. Reações sistêmicas, como rinite alérgica, exacerbações de asma e, raramente, anafilaxia, podem ocorrer, mas são menos comuns. Para minimizar o risco de reações adversas, a imunoterapia deve ser administrada por profissionais de saúde treinados em um ambiente clínico equipado para lidar com emergências. Os pacientes devem ser monitorados de perto após cada aplicação, especialmente durante a fase de aumento de dose.

Aspectos Práticos

A imunoterapia alérgeno-específica requer uma avaliação abrangente do histórico médico do paciente, perfil alérgico e objetivos de tratamento. Os planos de tratamento são individualizados com base nos alérgenos específicos do paciente, sintomas e resposta ao tratamento. Geralmente, a imunoterapia é iniciada com uma fase de aumento de dose, durante a qual a dose do alérgeno é gradualmente aumentada até atingir uma dose de manutenção alvo. Essa fase pode durar vários meses e é seguida por uma fase de manutenção, durante a qual o paciente recebe injeções regulares da dose de manutenção para sustentar o efeito terapêutico. A duração da imunoterapia varia dependendo da resposta do paciente e dos objetivos de tratamento, mas geralmente varia de três a cinco anos.

Conclusão

A imunoterapia alérgeno-específica é uma abordagem terapêutica eficaz e comprovada para o tratamento de doenças alérgicas, proporcionando alívio duradouro dos sintomas e reduzindo a necessidade de medicamentos sintomáticos. Ao modular a resposta imunológica aos alérgenos, a imunoterapia ajuda os pacientes a alcançar tolerância imunológica e melhorar sua qualidade de vida. Com uma seleção cuidadosa dos pacientes, monitoramento e administração adequados, a imunoterapia alérgeno-específica pode ser integrada com segurança e sucesso no manejo de condições alérgicas, oferecendo benefícios duradouros para pacientes em busca de alívio das alergias.

Bibliografia: Manual de boas práticas clínicas para imunoterapia com alérgenos – ASBAI

 

 



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